domingo, 15 de janeiro de 2017

MTG realizou o 65º Congresso Tradicionalista em Bento Gonçalves

             Mais um grande evento tradicionalista organizado no Rio Grande do Sul pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho que obteve grande sucesso. As atividades começaram na sexta-feira, dia 13, quando, na sessão preparatória, o Presidente do MTG, Nairioli Calegaro, indicou à plenária, para presidir o Congresso, Odila Paese Savaris. Como primeiro Vice-presidente Vorni Prestes e, como segundo, indicado pela Comissão Executiva, Claudiomiro Dias.  Apresentou ainda, a Secretária Geral, indicada pelo Conselho Diretor do MTG, Iara Vanice Rott e, como Relator Geral, Airto Glademir Toniazzo Timm.




             Na noite de sexta, foi o momento da abertura oficial. Formaram a mesa de honra as seguintes autoridades: Nairioli Antunes Callegaro, Presidente do MTG-RS, João Ermelino de Mello, Presidente da CBTG, Evandro Soares, Secretario de Cultura, representando o Prefeito Municipal de Bento Gonçalves, Marciano Dalpizol, Gerente da Corsan de Bento Gonçalves, Pompeo de Mattos, Deputado Federal, Volnei Cristofoli, representando o Presidente do Poder Legislativo de Bento Gonçalves, Odila Paese Savaris, Presidente do 65º Congresso Tradicionalista, Gilmar Machado, Presidente da Comissão Executiva do 65º Congresso Tradicionalista, Luiz Carlos Rigon, Coordenador da 11ª. Região Tradicionalista, Antenor Rizzi, Patrão do CTG Laço Velho, o jovem Diego Andrade, Peão Farroupilha do RS, a senhorita Roberta Jacinto, 1ª Prenda do RS e Roberto Basso, Presidente do MTG do Mato Grosso.




 Tema anual 2017 do MTG: 

“Resgatando os legados de 47-70 anos da chama crioula e do grupo dos 8”

            Paixão Cortes, no ano em que completa 90 anos, será homenageado pelos tradicionalistas com o tema proposto por Hélio Ferreira. O proponente afirmou, em sua defesa, que resgatar o legado de 47 e, do grupo dos oito, que deram início a tudo, e através do que aqueles jovens realizaram no colégio Júlio de Castilhos, em 1947, que o Movimento perdura por 50 anos. Destacou ainda, o fato de que hoje Paixão Cortes estar entre nós. “Será que ele estará conosco daqui a dez ou vinte anos? Será que o mesmo terá a oportunidade de ser homenageado, para ser ouvido e reverenciado?” – disse hélio Ferreira, usando estas perguntas como apelo para a aprovação da proposta que concorria com mais duas. A proposição foi a vencedora.



 Tese para reflexão: “A ideologia do tradicionalismo gaúcho”

            Manoelito Savaris  apresentou um documento que leva o nome de “reflexão e ideologia”, que é fruto de debates realizados em reuniões do Conselho Diretor do MTG e que ele se comprometeu a colocar no papel para que os Patrões de entidades e Coordenadores Regionais tenham como base para decisões necessárias. É documento extenso e pode ser encontrado no site do MTG. 
            Savaris iniciou com algumas considerações preliminares e que, uma das primeiras coisas, foi que no século XX, os jovens tomaram uma atitude de reação a invasão cultural, especialmente a norte-americana. Os jovens reagiram a essa invasão, resgatando elementos fundamentais para a preservação da cultura tradicional do RS. Afirmou que uma coisa fundamental a ser dita é que a evolução é da essência das entidades, que movimento é mudança e aponta par ao futuro. 

            A segunda parte do trabalho aborda, especialmente, baseada nas teses que temos em nossa literatura tradicionalista sobre fundamentos e objetivos, que é a carta de princípios e os estatutos. Documentos que nos dão a direção para onde iremos. “Simplicidade. Nós somos simples, pois o gaúcho é simples no jeito de vestir, de se comportar, em nossos galpões” - disse Savaris. “Tradicionalidade. Nós somos tradicionais, acima de tudo. 
             Tradicionalista é aquele que usa a tradição como seu rumo, como seu norte, mas a tradição que é o legado, os valores princípios e costumes dos antepassados, o que tem valor para mim e para o meus filhos” - concluiu. 
E, finalmente, o voluntariado. De forma graciosa, sem esperar retorno, somente a satisfação de fazer algo pelo todo e que atinge 95% dos participantes do Movimento. Fez ainda, uma analise do momento atual do Movimento, que tem duas grandes áreas que apresentam conflitos. Na área campeira, que afeta a questão da tradicionalidade, especialmente na questão da pilcha. E na área artística, na questão da indumentária, cujo problema é o não uso, principalmente, em rodeio gaúcho, onde, no domingo, somente estão pilchados os que ainda não subiram ao palco. “Na campeira o laçador não tira a bombacha, na artística sim, por quê?” – perguntou Savaris. Afirma que os dirigentes não tomam atitude para não se indispor com os participantes. 

             “Temos questões competitivas, pois levaram a quase profissionalização em algumas áreas. Voluntariado ali quase não existe mais. Laçadores voluntários quase não existem, também. Os laçadores somente se interessam pelos prêmios e, quem faz isso, somos nós. Na portaria que passa a sede deste congresso, por exemplo, diz o seguinte: “Por tratar-se de um evento amador....” ou seja, são eventos amadores. Perguntamos: todos são amadores? Especialmente os músicos, instrutores, avaliadores são amadores? Queremos ser amadores ou profissionais, nós temos que dizer isso. Ou queremos que o Enart não seja amador. Diz que os profissionais estão prestando seu serviço da melhor forma, nós é que temos que dizer o que queremos. Disse ser contrário ao uso do cd nos grupos de dança, pois, do jeito que está como vou criticar quem dança com esse recurso? Se contratar músicos se torna muito caro. Precisamos parar e questionar. Para projetar o futuro, esse modelo que nós temos é o que nos interessa”- concluiu. 
              Savaris falou ainda, do domínio dos instrutores dentro dos CTGs. Isso acontece porque o patrão é um voluntário que, pressionado pela gurizada e pelos pais desses jovens, fica contra a parede. Ou se submete à pressão ou fica sozinho, porque o instrutor pega todo mundo e vai embora, para outra entidade. São  impostas condições, as quais sempre são de custo elevado, ficando, muitas vezes, para a entidade quitar. Essas são as consequências paralelas. Cada vez mais as entidades do interior não conseguem manter grupos adultos para fazer frente aos custos de avaliação. A planilha da dança foi encarada da forma que “um comum não entende, só especialistas podem entender”. As demais planilhas, de outras modalidades artísticas, também estão iguais. Se alguém subir no palco e cantar musica do Gildo é ultimo lugar garantido. Por quê isso? Nós somos um” the voice”, ou uma entidade tradicionalista? Essas são as reflexões que devemos ter a coragem de repensar essas questões.








Tema quinquenal, com o título “Projeto Social MTG – Voluntariado”, da autoria da diretoria do MTG

           O tema será trabalhado ao longo de cinco anos e deverá ser desenvolvido em todo âmbito do movimento, com o objetivo primordial em nossos valores fundamentais. O Presidente Nairo manifestou-se em defesa da proposiçãoe apresentou o projeto para o tema quinquenal expondo diversas justificativas para que o mesmo seja implementado. Disse que gostaria de ver todos aqueles que se manifestaram no congresso de bento serem multiplicadores do verdadeiro voluntariado, sem esperar benefício algum. 

          Nairo questionou quem de fato é voluntário, qualificando os adjetivos do mesmo. Que essa proposta vem tentar despertar a consciência das pessoas para o verdadeiro voluntariado. Disse que praticar o bem pelas vontades coletivas é simples e este deve ser o verdadeiro norteador. "Ser voluntário é querer fazer. A sociedade tradicionalista precisa muito disso" - concluiu. 

          O Conselheiro Vaqueano, Manoelito Savaris, manifestou-se parabenizando a diretoria do MTG pelo tema proposto. Afirmou que a questão do voluntariado é uma questão complexa, pois todos, sempre tem algum tipo de interesse. Disse que quando estabelecemos os temas, temos que andar juntos com ele. "Temos que detectar exatamente onde está o problema e quem são os “não voluntários” do nosso meio, com clareza. Acredita que a diretoria vai fazer isso. Afirmou ser favorável ao tema proposto, e que entende que de imediato tem que ser divulgado onde está o problema, para atacar o foco correto" - concluiu Savaris. A proposta foi aprovada por unanimidade. A Presidente do Congresso, Odila Savaris, afirmou que o temática será trabalhada nos próximos cinco anos como tema quinquenal, ou seja, de 2017 a 2021.







            Foram eleitos, como diretor do departamento Jovem do MTG, Kelvyn Krug e como vice-diretor Eduardo Gusmão. Ainda, foram eleitos os diretores da primeira inter-regional, as jovens Maria Borges Antunes e Amanda Cabral Damásio, os representantes do departamento jovem da segunda inter-regional, Marco Saldanha e Diana Ribeiro. Os jovens Marina Mayer e André Barreto representando a terceira inter-regional e, ainda, Alessandra Hoppen e Arthur Paganella como diretores da quarta inter-regional.









Diretoria eleita no 65º Congresso Tradicionalista Gaúcho, realizado na cidade de Bento Gonçalves, 11ªRT:
Presidente – Nairioli Antunes Callegaro 
Vice-presidente de Administração e Finanças – Elenir De Fátima Dill Winck 
Vice-presidente de Cultura: Anijane Luiz Varela 
Vice-presidente Campeiro – José Alvoni Araújo Silva 
Vice-presidente Artístico - José Roberto Fischborn 
Vice-presidente de Esportes Campeiros – Martim Guterres Damasco 
Secretário Geral – Nilton Otton 
Tesoureiro Geral - Gerson Luiz Ludwig
Vice-Presidente da Fundação Cultural Gaúcha - MTG – Vitor Hugo Pochmann


 Tomaram posse os novos Coordenadores Regionais













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