Que sentimento é este que nos move e que nos toma a todos no mês de setembro, independente de sermos tradicionalistas ou não? A cada setembro renasce esse espírito em cada gaúcho, homem, mulher, criança...
A chama crioula percorre todos os rincões de nosso estado e carrega este sentimento, refletindo vontades coletivas e individuais. Que poder é este, fascinante, envolvente, apaixonante, que nos faz trabalhar, abdicar de nossas vontades pessoais, profissionais, e até mesmo familiares, levando a uma dedicação que transcende nosso entendimento? É algo que nos une, fortalece, nos aponta um caminhar único, uma só direção. A cada mate, cevado e compartilhado, temos a oportunidade de refletir sobre nossa sociedade, nossas ações, o que realmente estamos contribuindo ou simplesmente ficamos a exigir, cobrar e não indicarmos novos rumos, novos caminhos, somente preocupados com interesses pessoais, de pequenos grupos. Por isso, a cada ano, setembro chega para revigoramos estas posições, para refletirmos, para quem sabe recomeçarmos, para entendermos o motivo pelo qual festejamos o vinte de setembro.
Acima de festas, bailes, comemorações, devemos mergulhar em uma profunda reflexão de nossas posições, ações e comportamento. Este sentimento que invade a todos é algo diferenciado, que nos faz sermos um só. Talvez sejamos os centauros de outrora que defendiam com altivez, coragem, determinação e honradez seus ideais. Mas este sentimento é de pertencimento à nossa identidade regional, nossa cultura, nossas raízes, nossa formação, é algo que vem de geração em geração, é uma apropriação que devemos fazer de nossa história, mostrar quem somos, de onde viemos e para onde vamos, termos orgulho, fazermos valer e respeitar nossas posições. Acima de tudo, de qualquer evento criado, formatado, este algo que pertence a todos, o sentimento de sermos Gaúchos, os valores que lutamos para preservar, manter. Setembro permite mergulharmos com intensidade neste sentimento que é único, que é nosso, que é do Rio Grande, que nos inflama o peito, enche os olhos ao cantarmos o Hino Rio-Grandense com orgulho e altivez, porque ele nos identifica, diz quem somos, mostra nosso DNA. Estes momentos atuais, que vivenciamos, são construídos por todos, pela sociedade, por todas as classes, afinal este sentimento vem da alma, do coração de cada Gaúcho, é o nosso SER.
Dedico estas palavras deste nosso sentimento ao grande amigo, que neste momento, quando comecei a escrever, parte para a estância Grande, para onde uma dia todos iremos, sem restrição, sem discriminações, que fez deste sentimento uma forma de vida e valorização de nossa cultura. Escrevo com o coração apertado e triste. Vá com Deus meu amigo, ex diretor campeiro da 1ª Região Tradicionalista, ex-patrão do DTG Lenço Colorado, Paulo Renato Bellarmino. O sentimento permanece em cada coração e atitude dos sul rio-grandenses
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