quarta-feira, 2 de julho de 2014

Comemoramos hoje, 60 anos de Congressos

          É inegável a importância dos congressos tradicionalistas para a criação de um "sistema" organizado do tradicionalismo gaúcho. Se a criação do "35" CTG foi a grande largada para o Movimento Tradicionalista Gaúcho, gerando o aparecimento dos CTGs em todos os rincões, o primeiro Congresso foi o passo inicial para a formação de uma federação destes CTGs. Sem os congressos tradicionalistas não haveria condições de serem estabelecidos e mantidos padrões homogêneos, princípios comuns e a fundamental troca de experiências e interação entre as entidades que surgiram, muitas vezes, sem saber exatamente o que fazer. Podemos dizer que os congressos foram e, continuam sendo, a argamassa que possibilitou a edificação do MTG.

          Na cidade de Pelotas, Fernando Brockstedt, Ubirajara Timm e Oswaldo Lessa da Rosa convocaram uma Assembleia Tradicionalista, que foi realizada em dezembro de 1952, com a presença de representantes de sete Centros de Tradições Gaúchas. Neste encontro ficou   aprovada a ideia de realizar um Congresso Tradicionalista e criar uma federação de entidades tradicionalistas do Rio Grande do Sul.

           Fernando Brockstedt trabalhou na elaboração do anteprojeto do estatuto dessa federação e distribuiu cópias aos CTGs que participaram da assembleia em março de 1953. Era o primeiro passo para o Io Congresso, bem como da criação do MTG, que se concretizaria somente 14 anos depois.

          Simultaneamente espalhou-se através da imprensa para todo o Estado, a realização do pretendido congresso. Em Erechím, o professor Hugo Ramírez havia fundado o CTG Galpão Campeiro, em Bagé, Jaime Tavares causava entusiasmo com o CTG 93. Rapidamente outras entidades eram fundadas: Cachoeira do Sul, Piratini, Soledade, São Lourenço do Sul, Farroupilha, Rio Grande (reerguimento do Mate Amargo entidade fundada em 1934), Pinheiro Machado, Porto Alegre (Estância da Amizade), Quaraí, Cacequi, Júlio de Castilhos, Rio Pardo, Esteio, São Gabriel, Canela, São Francisco de Assis, entre outros.

           O jornalista Sady Scalante, da União Gaúcha, nesta ocasião, transferiu-se de Pelotas para Porto Alegre e passou a liderar os preparativos. Foi agendada para novembro de 1953, em Rio Pardo, uma segunda Assembleia Tradicionalista, que se realizou no CTG Fogão Gaúcho Riopardense.

           Nesta assembleia surgiram as primeiras dificuldades, especialmente no transporte e hospedagem dos participantes. Emílio Rodrigues, do Ponche Verde CTG, disse que Santa Maria assumiria o evento. Ficou então decidido que seria em Santa Maria, no Ponche Verde CTG, com o apoio do CTG Mate Amargo de Rio Grande, CTG Sepé Tiaraju de São Lourenço do Sul e CTG Lalau Miranda de Passo Fundo. Como organizador, a União Gaúcha de Pelotas.


            Barbosa Lessa reuniu-se em dezembro de 1953 com Sady Scalante, Emílio Rodrigues e Fernando Brockstedt, ponderando que o "35" CTG, como pioneiro e por localizar-se na capital, não poderia ficar de fora da organização. Assim, procuraram um dos intelectuais mais conceituados do momento, Manoelito de Ornellas. Do encontro resultou a formação de uma comissão organizadora de cinco membros: Manoelito de Ornellas e Walter Spalding ("35" CTG), Sady Scalante e Luiz Alberto Ibarra (União Gaúcha de Pelotas) e Emílio Rodrigues (Ponche Verde CTG). De imediato marcaram a data do Congresso para o período de 2 a 4 de julho de 1954.

           Os Congressos que antecederam o MTG e, os que aconteceram depois, fizeram a história do tradicionalismo gaúcho, pois foram fóruns de grandes debates e proposições que definiram o rumo e os princípios que nortearam o tradicionalismo pelos tempos. O 1º Congresso, que aconteceu em 1954, em Santa Maria, foi apresentado teses importantíssimas, como:

“O Sentido e o Valor do Tradicionalismo” – De Barbosa Lessa
“O Tradicionalismo como força educativa” – de Hugo Ramirez
“As danças folclóricas e a educação” – Eloah Loyre Brum
 Em 1955, no CTG Mate Amargo, em Rio Grande, aconteceu o segundo Congresso e lá ficaram registradas as teses:
“A Função aculturadora dos CTGs” – Carlos Galvão Kerbs
“O tradicionalismo e as novas gerações” – Thereza de Almeida

6° Congresso Tradicionalista, dezembro de 1959, em Cachoeira do Sul-RS
“João Cezimbra Jaques – Patrono do Tradicionalismo”  – proposta de Antonio Augusto Fagundes e Noé Sandino Vieira, representantes do "Boitatá" Centro de Estudos de Folclore e Tradicionalismo, de Porto Alegre.
7° Congresso Tradicionalista, outubro de 1960, em Santo Ângelo-RS.
“Diretriz para o Tradicionalismo” - proposta de Glaucus Saraiva da Fonseca.

8° Congresso Tradicionalista, julho de 1961, em Taquara.
“Carta de Princípios” - redigida por Glaucus Saraiva da Fonseca, considerada a principal diretriz filosófica do tradicionalismo gaúcho.

12° Congresso Tradicionalista, outubro de 1966, em Tramandaí-RS.
“Movimento Tradicionalista Gaúcho” aprovada a criação e o Estatuto.

13° Congresso Tradicionalista dezembro de 1967 em São Gabriel-RS.
“Manual do Tradicionalista” - autoria de Glaucus Saraiva da Fonseca.

32° Congresso Tradicionalista janeiro de 1987 em Capão da Canoa;
“Criação da Comissão Provisória de Jovem” - proposta de João Paulo e Rosângela Moraes.

34° Congresso Tradicionalista janeiro de 1989 em Caçapava do Sul
 “Congresso troca de Nome” - passa de "Congresso Tradicionalista do Rio Grande do Sul", para “Congresso Tradicionalista Gaúcho”.
“Departamento Jovem” - criação do departamento.

35° Congresso Tradicionalista janeiro de 1990 em Ijuí-RS.
 “Seminário para Patrões” - proposta de Onésimo Carneiro Duarte.

36° Congresso Tradicionalista janeiro de 1991 em Júlio de Castilhos/RS.
“A Carta de Princípios e os problemas do MTG” - tese de Mário Mattos.

37° Congresso Tradicionalista janeiro de 1992 em Pelotas/RS.
“Rodeio Campeiro em 1901” - pesquisa: autoria de Zeno Dias Chaves, a partir uma publicação em julho de 1930, Zeferino Costa, intitulada "União Gaúcha - Reminiscência de uma festa". O relato de um rodeio campeiro em Pelotas, no ano de 1901.

43° Congresso Tradicionalista,  janeiro de 1998 em Santa Cruz do Sul/RS
“Hino Tradicionalista” – Barbosa Lessa
“ORCAV – Ordem dos Cavaleiros do RS” – Celso Souza Soares

44° Congresso Tradicionalista,  janeiro de 1999 em Passo Fundo/RS
“Criação da Vice-Presidência de Cultura do MTG”

52° Congresso Tradicionalista,  janeiro de 2006 em Cachoeirinha/RS
“Tema dos festejos Farroupilhas passa a ser definido no Congresso Tradicionalista” – Manoelito Carlos Savaris

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